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domingo, 21 de agosto de 2011

Nossa Senhora Na terça
Estou pronto, agora O capitão de um navio que ia zarpar, dirigia-se apressado para o porto. Estava muito frio. Diante da vitrine de um restaurante, ele viu um menino quase maltrapilho, de bracinhos cruzados e meio trêmulo. Que está fazendo aí, meu pequeno? - disse-lhe o capitão. Estou só olhando quanta coisa gostosa existe para se comer. Além do que, deve estar bem quentinho aí dentro. Tenho bem pouco tempo antes da partida do navio. Se você estivesse arrumadinho, eu o levaria a esse restaurante para que comesse algumas dessas coisas boas e saborosas. Mas, infelizmente, não está... - falou o capitão. O garoto, faminto e com os olhos rasos d´agua, passou a mãozinha magra sobre os cabelos em desalinho e falou: Estou pronto, agora! Comovido, o capitão o levou para o restaurante, fazendo servir-lhe uma boa refeição. E enquanto o garoto comia, perguntou-lhe: Diga-me uma coisa: onde está a sua mãe, meu pequeno? Ela foi para o céu quando eu tinha apenas quatro anos de idade. E você ficou só com seu pai? Onde ele está? Onde trabalha? Nunca mais vi meu pai, desde que minha mãe morreu. Mas, então, tornou a perguntar o capitão, quem toma conta de você? Com um jeitinho resignado, o menino respondeu: Quando minha mãe estava doente, ela disse que Deus tomaria conta de mim. Ela ainda me ensinou a pedir isto todos os dias a Ele. O capitão ficou cheio de compaixão e acrescentou: Se você estivesse limpo e arrumadinho eu o levaria para o navio e cuidaria de você com muita alegria. O menino pôs-se de pé, rápido, alisou os cabelinhos sujos e mal cuidados e voltou a repetir a mesma expressão: Capitão, estou pronto, agora. Vendo-o assim quase suplicante, aquele capitão o levou para o navio, onde o apresentou aos marinheiros e imediatos, dizendo: Ele será meu ajudante e será sempre chamado de Pronto, agora. Ali o garoto recebeu tudo o que carecia e as coisas transcorriam, aparentemente bem, até que um dia ele amanheceu febril. Foi medicado, mas a febre não cedia. Vendo-o piorar, o capitão aflito disse ao médico: Procure salvá-lo, doutor. Não quero ficar sem ele. O médico fez tudo o que pôde, mas em vão. Na tarde seguinte, o menino, chamando o capitão, lhe falou: O senhor foi muito bom para mim. Eu o amo muito e gostei de estar aqui, mas agora vou ao encontro de minha mãe. O senhor está pronto, agora, para aceitar que eu vá? Porque minha mãe está me dizendo que enquanto o senhor não estiver pronto, eu não me libertarei. Com lágrimas nos olhos, o capitão, tomando as mãos do menino, disse: Filho, estou pronto, agora! O garoto cerrou os olhos, suspirou e seu Espírito abandonou o corpo enfermiço, indo ao encontro de sua mãe. * * * Abre-te ao amor e ao bem, onde estejas e com quem te encontres. Aprende a entesourar bênçãos na dificuldade, como se colhesses lírios no pântano. Cumpre os teus compromissos, mesmo aqueles que te pareçam mais aflitivos, com a alegria de quem se liberta. Desta forma estarás sempre pronto para a vitória, as conquistas maiores e a felicidade que te aguarda.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Minimamente Feliz

            A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida.

            Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de
que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.

             Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.

'         Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu
esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.

          Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos Agora, se descobre que dá pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'.

          Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado , ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes'.

         Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.

         Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'.
         Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?
         Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades.

        Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas
alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam.

       Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

                                                            

                      A SALVA DIVINA

                                                                 PELA PAZ
         Filhos meus muito amados, apresento-vos uma divina salva com ricas e preciosas pérolas, para implorardes a misericórdia do Pai sobre vossas necessidades. Esta divina salva é a Sacratíssima Face de Jesus banhada com minhas lágrimas benditas na hora em que desceram o Corpo Santíssimo de meu Divino Filho e O depositaram em meus braços.
          Quando contemplei o rosto de meu Filho todo esfacelado e coberto de sangue, oh! Quão grande e imensa foi a minha dor! Esta dor produziu uma dilatação no meu Coração, que não me causou a morte, porque Deus quis que no mundo ficasse para mais sofrer.
          Filhos meus, de meus olhos nesta hora brotaram lágrimas amargas, que banharam o Divino Rosto de Jesus: São estas lágrimas benditas, que nesta salva divina deveis apresentar ao Pai das Misericórdias, dizendo:
           Pai Eterno, no Divino Rosto de vosso Filho, no qual dissestes que tínheis posto as vossas complacências, nós vos apresentamos as Lágrimas de Maria, vossa diletíssima Filha. Recebei esta valiosíssima oferta em favor da nossa amada pátria.
            Queremos a Paz, Senhor, para triunfo de vosso reinado nas almas.
                                IMPRIMA-SE
                      Nihil obstat:
                                   P. A. Riou S. J. 
                                             Cens. Dep.

IMPRIMATUR:
                     
                       + Sebastianus. Card. Arch.

     Flam. Jan. 20 Set. 1932                  

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