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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

ante vespera de natal

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

#lucindanelremar - CANTO DE LIBERTAÇÃO!

Quebrei as algemas,
joguei ao chão
as reais, as imaginárias...
O céu me permitiu?
Não sei! Eu sei que as quebrei!
O tempo que me prendia a ti
a terra seca que nada me dava
só me consumia
os pássaros que pousavam longe
com medo dos meus olhos
cheios de sangue, de amor de menos,
ódio, os assustavam... Talvez!
Quebrei todas elas, as reais,
as imaginárias...
Braços fortes tenho
mas frágeis estavam quando estavam
presas, submissas...
Meu tempo não me pertencia...
Só sofria...Só sofria...
Meu canto de vitória ninguém ouviu
nem o estardalhaço da algema caindo
ao chão...
Chão seco, ferido, sem flores, sem plantas,
sem uma gota sequer de orvalho...
O que quero mesmo é poder cantar, bradar
aos quatro cantos, ao pássaro cantante
que me via ali preso, sofrido,
dizer-lhe que meus olhos estão mais vermelhos
não de amor de menos, mas de emoção, de alegria
que minha vida está mais que por um fio...
Está totalmente fora de questão...
Só lamento o tempo que se foi
Mas o vento que bate em mim
é o da liberdade e agora, posso com minhas mãos
livres, molhar a terra, com meu suor de trabalho,
de pura felicidade, de choro alegre porque
quebrei as algemas reais ou imaginárias...
Quebrei e quero que ouçam meu grito que sai como soluço
que se liberta deste peito oprimido e que até então era tão
sofrido...
Sou livre! Nasci e renasci deste chão que ora bendigo!
E canto para o pássaro ouvir!
Vem, vem para mim! Bem te vi! Bem te quero quero...
Sabiá, seja o nome que tu tiveres, sou livre e posso
finalmente te fazer meu canto também ouvir!...
(15/12/2015)
Raimunda Lucinda Martins

 





#lucindanelremar- A VIDA!

A vida
desabrochou
com o nascer da criança
A luz se ascendeu em sua Alma
A revoada de pássaros enfeitou o céu
E Deus sorriu mandando beijos alegres
fazendo o mundo se tornar um belo jardim
cheio de flores, pássaros, borboletas...
Tudo é feito de Paz e serena noite com a lua
a nos olhar permanentemente a espera do sol
que sempre acorda pela manhã...
(10/12/2015)
Raimunda Lucinda Martins


 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Os pássaros e aves mais lindos do mundo!

Flores Exóticas II

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

#lucindanelremar A VIDA QUE SEGUE...(12/11/2015)



A vida que segue
depois de ontem que me desgastei
parei e pensei se vale a pena ir
seguir, andar pelos mesmos caminhos
que já passei...
A vida que segue
depois de ficar parada, triste, pensativa
recebendo o que não desejava para mim
e nem sequer merecia...
A vida que segue
depois do momento triste,
onde a hora custa a passar
os caminhos são desencontrados
não há nenhuma nuvem de claridade
só pura escuridão, sem estrelas no céu...
A vida que segue
quando  a luz do sol bate em seu rosto
lembrando que outro dia se inicia
pura magia de alguém que nos quer
indo adiante, sem olhar para trás...
Tudo e nada num piscar de olhos
A vida que segue
me quer manter viva...
Só penso
Meus pés não me obedecem
Desejo ficar aqui, quieta no meu lugar
e ver os segundos, minutos passarem...
Quem sabe, se eu olhar um pássaro vindo
cantando, parando e me dizendo:
Vamos lá! Eu resolva me dispor a ir
seguir adiante
deixando a tristeza de ontem esquecida,
jogada no baú de tempos amarelecidos...
Tudo é passageiro...
Nada é para sempre!
A vida segue
e eu insistirei com meu corpo
através dos olhos a enxergar o que vale a pena
vida...Leva os meus pés para qualquer futuro
desde que me tire deste marasmo...
O ontem que se enterre...
Eu ainda estou viva...
A vida que segue
sem pensar e parar no que ficou de ontem...

sábado, 17 de outubro de 2015

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Belágua Sim Senhor (2015)

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Quem somos nós Clovis Savalla



domingo, 17 de maio de 2015

E DAÍ ?: Mãezinha só uma eu tenho pra amar

E DAÍ ?: Mãezinha só uma eu tenho pra amar: Mãezinha só uma eu tenho pra ama Imagem do Google Fred Albano Pereira Mãezinha só uma eu tenho pra amar tantas estrelas n...

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Bla Bla Blog: Pérolas

Bla Bla Blog: Pérolas: Irreverente, Romário, provocado por jornalistas a comentar críticas de Pelé a seu respeito, usou do seu cortante sarcasmo e disparou: P...

quarta-feira, 6 de maio de 2015

#lucindanelremar



Teu corpo
envolve o meu
me leva para ti
me faz ciente da
tua vontade que eu
seja tua...
Teu corpo
me envolve com teu
perfume, me faz sentir
como inebriada de tua
total existência sobre mim
Teu corpo é um poço
profundo, que me sacia a
sede como se até então
estivesse num total deserto
a procura da única fonte ou
um lindo oásis...

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Pres. Médici Notícias : Utilidade Pública! #Procura-se Maria José Ferreira...

Pres. Médici Notícias : Utilidade Pública! #Procura-se Maria José Ferreira...: Gostaríamos de encontrar Maria José Ferreira da Silva , conhecida por Dequinha . Ela é filha de Francisco Espíndola da Silva e Maria Fer...

quinta-feira, 9 de abril de 2015

#lucindanelremar



O ATO DO AMOR...

Presa
em teus braços
cheia de amor,
desejo,
carinho...
Teus braços
em volta
de mim,
eu
também
te
envolvo
em
meus
braços,
tuas
mãos
percorrem
o
meu corpo
e eu
fico
a mercê
de ti
meu
amor...
Eu
te faço
carinhos,
minhas mãos
te acarinham...
Teu rosto
lindo
se abre
num
sorriso,
e aí
nós
nos
vemos
como
somos
na
realidade:
somos
dois
amantes,
cheios
de
desejos
e que
se
alimentam
dos
carinhos
dispersos
e
envolventes
de um
pelo
outro...
Não há
como
ficar

esperando,
só recebendo,
nós dividimos
os carinhos,
as carícias
que
tomam
conta
de
nossos
corpos
para
então
juntos
chegarmos
ao que
desejamos
a
completude
do
amor...
(09/04/2015)
Raimunda Lucinda Martins 

Qual a diferença entre o Abuso de Poder e o Abuso de Autoridade? Ariane Fucci Wady

Qual a diferença entre o Abuso de Poder e o Abuso de Autoridade? Ariane Fucci Wady

terça-feira, 7 de abril de 2015

EL BLOG DEL RELAX: EL BLOG DEL RELAX

EL BLOG DEL RELAX: EL BLOG DEL RELAX: Hola amigos, empezamos una nueva andadura en este blog con mucha ilusión esperando que os guste mucho. La idea de abrir un blog proviene ...

domingo, 5 de abril de 2015

Blog do Hélcio Silva: PAIS PASSIVOS, FILHOS TIRANOS

Blog do Hélcio Silva: PAIS PASSIVOS, FILHOS TIRANOS: Do Correio Espírita Lúcia Moysés      “Você vai ligar para lá agora! Anda! Ligue agora! Você não está entendendo. Ligue ago...

Blog do Hélcio Silva: "Perdão Pai – eles ainda não sabem o que fazem..."...

Blog do Hélcio Silva: "Perdão Pai – eles ainda não sabem o que fazem..."...: Por José de Oliveira Ramos ( zeoliveira43ramos@gmail.com ) Perdão Pai – eles ainda não sabem o que fazem. Teu sangue Pai, no ...

sábado, 4 de abril de 2015

Bla Bla Blog: Canções: maiores que a soma das partes

Bla Bla Blog: Canções: maiores que a soma das partes: Desde a chamada tenra idade eu já me ligava nas palavras e instintivamente, ainda sem elaborar, me fascinava com suas múltiplas...

sexta-feira, 27 de março de 2015

Bla Bla Blog: Poentidade

Bla Bla Blog: Poentidade: A poesia é uma pessoa com múltiplas personalidades. Quem a escreve é só um tradutor da sua essência em forma de palavra e verso. Depois d...

Blog da Lace: Minha flor

Blog da Lace: Minha flor: Você é a única flor do meu jardim... Aquela que desperta tudo de bom que há em mim! Delicadeza e aroma especiais, só você os tem! Uma alm...

terça-feira, 17 de março de 2015

Sintomas de Saudade - Marisa Monte



domingo, 15 de março de 2015

Goldfrapp - Annabel



domingo, 8 de março de 2015

sábado, 7 de março de 2015

SER MULHER



SER MULHER



sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

FÁTIMA ABREU- Fatuquinha: LAR, POESIA, CONTOS E AMIZADE: SER MULHER

FÁTIMA ABREU- Fatuquinha: LAR, POESIA, CONTOS E AMIZADE: SER MULHER: SER MULHER Ah, essa inconstância de ser mulher! Não sabemos se vamos ou ficamos... Se queremos azul ou vermelho . Discutimos pret...

Fepa - Depois de um Café (Radar Vevo)



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Meus Versos: Sou

Meus Versos: Sou: Sou uma eterna menina num corpo de mulher com a sabedoria do tempo a sagacidade do momento, sou eu...sou mulher. Amiga , comp...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A Casa de Pequenos Cubinhos



sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

BLOG DO LANDO: RAPIDÍSSIMAS (LXIII)

BLOG DO LANDO: RAPIDÍSSIMAS (LXIII): www.bolachachoca.com.br ENTENDER... Todo mundo entende, quero ver suportar. PLAYGROUND Crianças são adoráveis....

Castelo Literário: QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - TOLERÂN...

Castelo Literário: QUEM CONTA UM CONTO...CONTA A CINCO MÃOS - TOLERÂN...: TOLERÂNCIA, UMA SOLUÇÃO PARA A PAZ Quantas vezes a vida nos obriga a “engolir sapos”, em nome de uma convivência pacífica? Quantas v...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

MANOEL EVANGELISTA: Lembranças.

MANOEL EVANGELISTA: Lembranças.: LEMBRANÇAS DE CRIANÇA. Nasci numa casinha na beira do mato, Que tinha um terreiro de sete e meia braças. Um terreno escavado, lajeado...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015


União Europeia discute luta antiterrorista

Ministros de 28 países se reúnem para discutir ações para combater jihadistas no território europeu.

A luta antiterrorista vai dominar nesta segunda-feira (19) a reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) em Bruxelas, na Bélgica, poucos dias após uma grande operação policial para prevenir atentados na capital.

A questão já estava na agenda do encontro de chefes da diplomacia, antes da operação antiterrorista de quinta-feira (15) à noite na Bélgica – que resultou na morte de dois jihadistas e na detenção de 13 pessoas suspeitas de terrosrismo. Ela foi inscrita, no entanto, na ordem de trabalho, após os atentados da semana passada em Paris.

Ministros de 28 países vão discutir com a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Federica Mogherini, e com o coordenador antiterrorista da UE, Gilles de Kerchove, de que modo pode ser reforçada a luta contra o terrorismo jihadista, na sequência do ataque ao semanário francês Charles Hebdo.

Não são aguardadas decisões no encontro desta segunda-feira, sendo o principal objetivo uma primeira troca de opiniões, também com vistas à cúpula informal de chefes de Estado e de Governo da UE que ocorrerá no próximo mês e que será dedicada à luta contra o terrorismo.
Agência Brasil

´Selfie´ gera polêmica no Miss Universo

A foto entre a Miss Líbano e a Miss Israel caiu nas redes sociais imediatamente.

Beirute (AFP) - O concurso de Miss Universo ganhou tintas quase diplomáticas após o episódio deste domingo. A Miss Israel se intrometeu na 'selfie' da Miss Líbano, despertando a indignação da última.

"Desde que cheguei (a Miami, onde acontece a competição), tenho sido extremadamente cuidadosa para não aparecer em fotos nem me comunicar com a Miss Israel", contou Saly Greige, Miss Líbano, em sua página do Facebook.

Os dois países estão tecnicamente em guerra, desde o conflito de 2006 entre o movimento libanês Hezbollah e Israel, embora os combates tenham acontecido há décadas.

A Miss Líbano explicou que, no momento em que posava com a Miss Japão e com a Miss Eslovênia, Doron Matalon se aproximou e tirou uma fotografia com a sua câmara, postando-a imediatamente na rede social Instagram.

A 'selfie' foi compartilhada milhares de vezes nas redes sociais, dividindo os internautas libaneses a favor e contra a jovem.

A candidata israelense respondeu neste domingo no Facebook: "Não me surpreende, mas me entristece. Que pena que não se possa deixar as hostilidades de lado", escreveu.
 
AFP

Mais de 50% das crianças diz apanhar dos pais

Fantástico mostra, em primeira mão, os resultados de um estudo abrangente sobre os efeitos da violência na vida das crianças brasileiras.

O Fantástico mostra, em primeira mão, os resultados de um estudo abrangente sobre os efeitos da violência na vida das crianças brasileiras. O terror do tráfico e o abuso da polícia na rua; o castigo e a palmada dentro de casa sob o ponto de vista de quem tem entre 6 e 8 anos de idade.

Como meninas e meninos tão pequenos reagem a esse cotidiano violento?
O que é ter 8 anos e se arriscar só porque está brincando na calçada?
Menina: Vi muitas mortes e muito tiroteio. Aí minha avó não deixa eu ficar na rua por causa desses tiroteios.
Fantástico: Você já ouviu tiros?
Menina: Já.
O que é ter 7 anos e entrar em pânico ao visitar o pai?
Menina: Lá em cima, perto da casa do meu pai, tem vários bandidos.
Fantástico: É? Você tem medo?
O que é ter 6 anos e viver aterrorizada por quem nos deveria proteger?
Fantástico: E você tem medo da polícia?
Menina: Claro que tenho, né?
Fantástico: E tem medo por quê? Por que você tem medo da polícia?
Menina: Ela não dá tiro não, gente?
Fantástico: Dá tiro?
Menina: Claro que dá!
Pesquisa comprova que a violência urbana repercute dentro de casa

É a primeira vez que uma universidade brasileira faz um estudo sobre violência ouvindo crianças tão pequenas e com tanta profundidade. Financiada por uma fundação holandesa, uma equipe de cientistas da PUC do Rio Grande do Sul ouviu, durante dois anos, 540 crianças, a maioria entre 6 e 8 anos de idade, e também seus pais, irmãos e outros parentes.
Ao todo, 2.889 pessoas de 15 favelas e cortiços em três capitais - Recife, Rio de Janeiro e São Paulo - foram entrevistadas. “São dados extremamente desconfortáveis, mas são reais”, afirma Hermílio Santos, cientista social da PUC/RS.
A pesquisa que o Fantástico mostra, em primeira mão, comprova que a violência urbana repercute dentro de casa.
Mãe: Onde a gente se bate é um com um revólver na mão, outro vendendo uma droga, uma coisa e outra. Para quem é só fica difícil de criar seu filho, né? Vendo essas coisas, né?
Fantástico: Você não se sente segura onde você mora?
Mãe: Eu não. Nem um pingo.
A maioria absoluta das mães que veem alguém apontando arma de fogo sempre ou quase sempre admite punir severamente seus filhos pequenos sempre ou quase sempre. “Nós estamos falando do grito, do castigo, do bater e dar uns tapas”, explica Hermílio.
O castigo vem em primeiro lugar como método de correção. Mas não só aquele de sentar a criança em uma cadeira ou proibi-la de ver televisão.
Uma menina de 6 anos está acostumada à punição física.
Menina: Ela bota aquele caroço de milho e feijão e, por cima, ainda arroz. E me bota.
Fantástico: Você fica como? De joelhos?
Menina: É. Isso dói paca.
Fantástico: Dói? Tem marca no joelhinho? Essa marca é do milho?
Menina: É. Essa marca aqui é do milho?
Fantástico: E fica muito tempo?
Menina: Até de noite. Eu durmo com caroço de milho ainda.
Ao contrário do que se pensava, mãe é quem mais bate 

Bater no filho é o segundo método mais usado pelos pais. “Quando eu vejo que ela está querendo responder, aí não adianta mais colocar de castigo. Aí eu dou as tapas, depois de duas tapas vai para o castigo”, conta uma mãe.
No Rio de Janeiro, 71% das crianças de até 8 anos disseram já ter levado ao menos uma surra. No Recife, 75% delas. E em São Paulo, 57% disseram já ter apanhado.
Fantástico: Aquilo é um galho qualquer, né?
Menina: Não é um galho não.
Fantástico: O que é aquilo lá?
Menina: É vara. Meu pai que me bate com aquela vara ali. Aquela vara ali, atrás do muro. Aquela que é de marmelo.
Fantástico: Marmelo dói, né?
Menina: Marmelo? Pior que dói!
E começa quando eles ainda são bem pequenos. No Rio de Janeiro, 76% dos pais ou responsáveis admitiram bater em crianças de até 2 anos de idade. Em São Paulo, 83% disseram ter batido antes que seus filhos completassem 3 anos. E no Recife, 94% bateram em crianças antes dos 5 anos.
“Já com 1 ano de idade é muito frequente que as crianças sofram. Agora, o pico de violência sofrida pela criança entre 0 e 8 anos se dá entre 2 e 4 anos em todas as comunidades pesquisadas”, relata Hermílio.
Ao contrário do que se pensava, não é nem o pai nem o padrasto quem mais bate. A mãe aparece em primeiro lugar. Depois, a avó. “Não é que o homem seja pacífico e a mulher, violenta. Há uma hierarquia da prática da violência. Isso significa que o homem pratica mais violência contra a sua companheira, e esta por sua vez repassa a violência contra a criança”, explica o cientista social.
Outro mito desfeito: não é por ficar mais tempo com o filho que a mãe bate nele. “Só comparar, mãe que fica mais com mãe que fica menos, a que fica menos bate mais”.
Um dado curioso: em casas onde não há banheiro, ou têm um banheiro só, a criança apanha mais. “Por que isso? Porque o banheiro nessas comunidades é o único espaço da intimidade”, diz Hermílio.
Viver onde serviços são escassos interfere na qualidade de vida das crianças

A pesquisa constatou que viver em casas precárias e em comunidades onde os serviços são escassos em razão do abandono e da omissão histórica do Estado interfere na qualidade de vida das crianças. O que surpreendeu foi a percepção delas diante dessa realidade dura.
Quando os pesquisadores pediram às crianças que desenhassem o lugar em que vivem, as crianças desenharam casas coloridas, ruas limpas, espaço para brincar, família feliz, paz. O bairro ideal nascido na ponta do lápis desconcertou as próprias mães.
“O sonho deles. É o sonho das crianças que fosse daquele jeito que elas estão desenhando. Mas não é”, observa uma mãe.
“Você tem quase que uma glamorização e uma fantasia do ambiente, muito florido. Talvez seja o ambiente que elas gostariam que fosse”, diz Hermílio.
Mas essa percepção não lhes tira o senso de realidade e nem o desejo de morar em outro lugar.
Menina: Longe, longe, né? Tem que pegar um monte de ônibus, então vou de táxi.
Fantástico: Mas por que morar tão longe?
Menina: Porque eu quero. Porque lá não tem polícia.
Quando os pesquisadores perguntaram às crianças qual a principal forma de violência na rua, a maioria, nas três cidades pesquisadas, deu a mesma resposta: alguém sendo levado pela polícia.
Fantástico: Como é que a polícia fez?
Menina: Levou ele. Prendeu. Pronto. Só voltaram outro dia.
Fantástico: Mas bateu nele, não?
Menina: Bateu. Bateu na frente da minha tia ainda.
Fantástico: O policial? Bateu?
Menina: Veio guarda, veio polícia, veio bandido.
Método considerado mais eficiente para se proteger é cumprir a lei do silêncio

Para os pesquisadores, há uma consequência perversa em ações arbitrárias do Estado: a criança se confunde, e já não vê mais diferença entre atitude de policiais e bandidos.
“Esses papéis, eles não são muito nítidos: um é o portador da bondade e o outro, da maldade. Porque ambos, para elas, são capazes das duas coisas. Ambos podem proteger, mas ambos também podem punir de forma arbitrária”, avalia o pesquisador.
Outro dado alarmante: o método considerado mais eficiente para se proteger é cumprir à risca a lei do silêncio imposta pelo tráfico. “Como diz aquele ditado: fica surdo, mudo e cego”, diz uma das mães.
Menina: Porque criança não pode se meter não.
Fantástico: Criança não pode se meter, né? Por isso que você fica quietinha.
Menina: Sim.
Fantástico: Entendi.
Mas quem protege esta menina de 8 anos do trauma que sofreu ao ver um homem cair baleado diante dela?
Menina: Porque a cena que eu vi aí na frente eu não consigo nem lembrar.
Fantástico: É? Muito triste?
Menina: É.
Fantástico: A pessoa morreu?
Menina: Sim.
Fantástico: E você fica com isso na cabeça?
Menina: Fico.
Reduzir os assassinatos seria suficiente? Basta comparar Rio e Recife. De acordo com o Mapa da Violência divulgado no ano passado, com números de 2012, o Recife tem uma taxa de 52 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro tem uma taxa bem menor: 21,5 homicídios por 100 mil habitantes. Mas o percentual de mães que batem nos filhos nas duas capitais é quase o mesmo: 73% em Recife, e 71% no Rio.
“Reduzir criminalidade é muito positivo, extremamente positivo, mas não é suficiente para garantir um cotidiano pacífico para as nossas crianças”, alerta Hermílio.
O vazio de oportunidades de trabalho para mãe e a falta de creche para a criança expõe uma menina de 5 anos a passar parte do dia na rua, diante de uma atividade ilegal.
Mãe: Eu trabalho na banca de bicho. Eu levo ela de manhã para a escola. Ela larga de 11 horas, e eu venho para cá.
Fantástico: O que você fala para a sua filha sobre trabalhar na banca de bicho?
Mãe: Isso eu não cheguei a falar com ela não. Eu só digo a ela que vou trabalhar. Ela sabe que é um trabalho, mas não sabe o que é.
Quase 100% das mães ouvidas dizem que bater nos filhos não resolve nada

Ela diz que, de vez em quando, bate na menina, embora não acredite que dê muito certo.
Fantástico: Você disse que não funciona dar o tapa, né?
Mãe: Isso.
Fantástico: Mas você mesmo assim já deu?
Mãe: Já.
Fantástico: Por que você deu sabendo que não funciona?
Mãe: Porque... Rapaz, agora você me pegou!
Essa contradição é o resultado mais avassalador do estudo: 99% das mães ouvidas dizem que bater nos filhos não resolve nada. "Esse eu diria que é o dado mais positivo da nossa pesquisa e pode orientar muito concretamente ações. Se você quer fazer uma ação para reduzir violência, você vai perder tempo tentando convencê-las de que não pode bater. Por que isso elas já sabem, assim, que não leva a nada. Você tem que ensinar como fazer.”, afirma o cientista social.
Ensinar, no sentido mais nobre da palavra, talvez seja a chave. A pesquisa comprova que nas famílias em que um ciclo escolar se completa, seja o Ensino Fundamental ou Médio, os pais batem menos nos filhos. “Quando você se educa, vai à escola, você aumenta as suas expectativas de mudar de vida, de melhorar de vida”, diz Hermílio,
Sem limites para as asas que a educação dá. "O que eu quero ser quando eu crescer? Quero ser médica!", diz menina.
Aí quem sabe a violência e a morte deixem de ser rotina banal e luto precoce.

Menina: Eu chorei.
Fantástico: Mas é triste mesmo.
Menina: Morte é triste!
Fantástico: Morte é triste, é verdade.

Brasileiro executado na Indonésia acreditava que pena seria suspensa

Produtor trabalhava em documentário sobre a volta por cima de Archer.

Mãe de outro brasileiro condenado à morte faz apelo: ‘pagou o suficiente’.

O Fantástico entra no ar com a história de Marco Archer Moreira, um traficante brasileiro, condenado à morte, diante das leis e costumes da Indonésia.
A imprensa australiana divulgou uma cena, que é de um procedimento burocrático. Ela mostra um preso sendo chamado e informado sobre o processo dele. O que a cena fria não revela, mas qualquer um pode imaginar, é a angústia de um homem que teme ouvir: "Chegou a hora de morrer".
O trajeto até a ilha onde aconteceram as execuções deste sábado (17) é por uma estrada bastante estreita, cercada por campos de arroz. No transporte escolar, os alunos se amontoam no teto do ônibus.
O caminho de Marco Archer até à Indonésia começou em 2003. Os alertas estão em qualquer voo para a Indonésia. Nos cartões de imigração preenchidos por quem chega, letras grandes e vermelhas avisam: "Pena de morte para traficantes de drogas".
Em agosto de 2003, ele chegou de avião à capital Jacarta e desembarcou com 13,4 quilos de cocaína escondidos na armação de uma asa delta. Foi descoberto, preso e, em 2004, condenado à morte.
“Ele vivia aprontando. Foi expulso de várias celas.”, conta o músico Rogério Paez.
Por causa de um cigarro de haxixe, o músico Rogério Paez conviveu durante seis anos com Marco Archer em uma prisão Indonésia.
“Eu era um peixinho desse tamanho, o Marcos era um peixinho desse tamanho. Era só mega traficante chinês, nigeriano. Você olhava para o lado e eles te roubavam”, conta Rogério.
Rogério foi solto em 2011. “Quando eu tive que soltar ele dos meus braços para ir embora, a expressão dos olhos dele de ‘Rogerinho está indo embora’ foi uma cena que jamais vou esquecer”, lembra.
Durante dez anos, Marco acreditou que a pena seria suspensa.
O produtor e diretor de cinema Marcos Prado trabalha em um documentário que seria sobre a volta por cima de Marco Archer depois da prisão por tráfico. “Eu acreditava - tanto eu, quanto ele, quantos os amigos - que ele seria solto. Então eu conseguiria fazer um documentário que contasse um pouco da vida dele, essa experiência no presídio, essa experiência dramática de estar condenado a morte e conseguir sair”, afirma.
Mas em outubro de 2014, a mudança de governo na Indonésia selou o destino do brasileiro. O novo presidente, Joko Widodo, tinha prometido na campanha eleitoral aumentar a repressão ao tráfico.
A execução de Marco e de outros cinco traficantes foi marcada para o fim de semana.
A ilha de Nusakambangan é um paraíso ecológico que abriga quatro presídios, distante 400 quilômetros da capital.
Imagens de arquivo, antigas, da televisão da Indonésia mostram o local onde os condenados passam as últimas horas e. Em dias de execução, a movimentação em Nusakambangan não é de turistas, como costuma ser em fins de semana comuns.
Neste sábado, a todo momento saiam do porto parentes que estavam na ilha visitando os homens que serão executados. Em uma roda de jornalistas estava uma mulher, a esposa de um dos homens. Ela estava lendo a última carta do marido nigeriano, em que ele se queixa de que ninguém o ouvia. A mulher chorava durante a leitura.
Quando a equipe do Fantástico perguntou ao advogado do nigeriano se ele viu Marco Archer na prisão da ilha, ele diz que sim, que Marco ‘às vezes parecia nervoso, em outras ficava em choque, deitado’.
Perto da hora marcada, as balsas que partem para a ilha levam médicos e policiais. Faltava pouco. Quase sempre, as execuções acontecem à noite.
O condenado é acordado e levado para o local secreto onde será morto. Ele pode escolher se vai ficar em pé, sentado ou deitado. E também se quer ser vendado, encapuzado ou ficar de olhos abertos.
O chefe da brigada da polícia comanda um esquadrão com 12 soldados armados com rifles. Esses soldados, normalmente, são homens solteiros e sem filhos. Eles se posicionam a uma distância de cinco a dez metros do preso.
Os 12 atiram, ao mesmo tempo, no peito do condenado, mas apenas duas armas estão carregadas com balas de verdade. As outras armas estão com balas de festim, balas falsas, assim os soldados não sabem quem matou o condenado.
Se depois de levar dois tiros no peito, o condenado mesmo assim sobreviver, o chefe da brigada dá o tiro de misericórdia na cabeça.
“A minha vida não pode acabar dessa maneira. Uma maneira dramática, sendo fuzilado aqui na Indonésia”, disse Marcos em um telefonema.
Marco Archer Moreira morreu na Indonésia às 00h30, 15h30 de sábado, no horário de Brasília. De madrugada, o corpo dele chegou ao crematório.
As cinzas serão levadas pela tia dele para o Brasil. Muito abalada, ela não quis gravar entrevista.
Uma pessoa da família ou um representante precisa acompanhar a execução para reconhecer o corpo. Quem fez esse trabalho foi a vice-cônsul do Brasil em Jacarta, Ana Carmen Caldas. A pedido da tia de Archer, ela não quis comentar se houve um último desejo feito pelo brasileiro. Disse apenas que não ouviu choro ou desespero de nenhum condenado. E que no momento da execução havia um grande silêncio, quebrado depois pelo som dos tiros.
O plano do governo Widodo é executar cinco traficantes por mês. O governo indonésio pediu respeito às leis do país.
“O que nós estamos vendo é um crescente repúdio da comunidade internacional à adoção da pena de morte. Se deve sempre levar em consideração que a soberania não é um conceito absoluto, ela dialoga com os tratados internacionais, com os princípios acordados por diferentes pactos em relação aos direitos humanos”, afirma o diretor executivo da Anistia Internacional Átila Roque.
O mesmo governo que executa traficantes pede clemência para uma mulher indonésia condenada à morte por homicídio na Arábia Saudita. “É claro que isso é uma gritante contradição. Uma outra questão, no caso da Indonésia em particular, que vale a pena chamar a atenção, é que crimes muito mais graves na Indonésia, como atentados que mataram dezenas de pessoas, as pessoas responsáveis por esses atos foram condenadas a 20 anos, 20 e poucos anos de prisão, e não à morte”, ressalta Átila Roque.
O embaixador brasileiro na Indonésia, Paulo Alberto da Silveira Soares, foi chamado pelo Itamaraty, um sinal de insatisfação no meio diplomático. “Os parentes e membros da embaixada que estavam lá, dos outros países também, foi um tratamento incorreto, deselegante, impaciente, lá na prisão ontem”, afirma.
O governo da Holanda também convocou o seu embaixador.
“Esgotamos todo os mecanismos possíveis de assistência consular. Então, o desrespeito ao governo brasileiro na situação hoje parece grave”, ressalta Paulo Alberto da Silveira Soares.
No meio da crise entre os dois países, outro traficante brasileiro também está no corredor da morte. O paranaense Rodrigo Gularte, hoje com 43 anos, foi preso em julho de 2004 no aeroporto de Jacarta. Ele estava a caminho de Bali. Em uma entrevista gravada há cinco anos, e ainda inédita, a mãe de Rodrigo recorda como foi a despedida antes daquela viagem.
“Parece que ele estava prevendo alguma coisa. Na hora que eu fui levá-lo no aeroporto ainda, a última imagem que eu tenho dele, ele me abraçou muito e disse: ‘Mãe, eu te amo’. E na hora que ele foi assim, ele ainda me abanou e disse: ‘Mãe, não esqueça que eu te amo muito’”, contou Clarisse Gularte, mãe do paranaense.
Rodrigo levava seis quilos de cocaína escondidos em oito pranchas de surfe. Assumiu o crime e foi condenado à morte. Segundo a embaixada brasileira, a informação das autoridades da Indonésia é de que a execução pode acontecer nos próximos dois meses.
“Ele não tirou a vida de ninguém, e a gente torce para que ninguém tire a vida dele”, diz o amigo de Rodrigo Bernardo Guiss Filho.
A morte de Marco Archer aumentou a preocupação da família de Rodrigo, mas não tirou a esperança. Uma prima dele foi a Jacarta neste sábado na tentativa de visitá-lo na prisão e de pedir, mais uma vez, para que ele não seja executado. O segundo e último pedido de clemência para Rodrigo Gularte ainda não foi respondido pelo presidente da Indonésia.
Desde que Rodrigo foi preso, há mais de dez anos, a mãe dele, a Clarisse, já esteve oito vezes na Indonésia para visitar o filho na prisão e também na esperança de que ele ganhasse a autorização para retornar ao Brasil e poder cumprir a pena aqui.
Fantástico: A senhora esteve a última vez na Indonésia quando, dona Clarisse?
Clarisse Gularte: Em agosto.
Fantástico: E nessa última vez, vocês perceberam que ele estava diferente?
Clarisse Gularte: Não, essa última vez já foi um susto, porque a gente já tinha sabido, aqui no Brasil, que ele não estava bem de saúde. Mas sempre há aquela esperança, não, isso não é nada. Mas quando nós chegamos lá já disseram que ele estava na enfermaria.
Segundo a mãe, Rodrigo recebeu na prisão um diagnóstico de esquizofrenia, doença mental que provoca alucinações. De acordo com a embaixada brasileira, nesta segunda-feira (19) Rodrigo será examinado mais uma vez por um psicólogo na prisão.
“O objetivo é de transferi-lo da prisão para um hospital psiquiátrico, para que ele receba o tratamento adequado e para que ele possa, porque senão fica cada vez mais difícil. Eu reconheço que o Rodrigo errou, reconheço, mas acho que também a pena de morte... Não é um crime tão grave assim que ele fez. E ele está há mais de dez anos, eu acho que ele já pagou o suficiente. Então vamos nos apegar a isso, à esperança”, diz Clarisse Gularte
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