26/04/2014 | domtotal.com
Violência em prisão é destaque em audiência
O primeiro dia de depoimentos da 2ª audiência pública da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em Dourados (MS), foi marcado por relatos de violência contra indígenas. Um dos mais fortes foi o de Bonifácio Reginaldo Duarte, índio guarani de 74 anos, preso na década de 60, no Reformatório Krenak, um centro de detenção de indígenas, que funcionava em Resplendor (MG), no território dos índios krenaks.
"Ele narrou coisas que existiam lá dentro, contou o processo de trabalho forçado, espancamento no tronco. Se não fizesse o trabalho todo, o índio ia para o tronco, onde algumas pessoas acabaram morrendo", disse Marcelo Zelic, colaborador eventual do CNV e membro do grupo Tortura Nunca Mais.
Bonifácio contou ainda que pessoas que tentavam fugir do Reformatório Krenak eram levadas para uma ilha chamada Ilha das Cobras. Nesse local, com animais selvagens e carnívoros, os índios eram abandonados à própria sorte, e nunca mais eram vistos. Ele disse que o levaram para Minas Gerais com o argumento de que lhe ensinariam um ofício e, chegando lá, foi preso no Reformatório Krenak.
Integrante da CNV, a psicanalista Maria Rita Kehl, ressaltou a riqueza de detalhes dos depoimentos, sobretudo do índio guarani. "O depoimento do Bonifácio foi muito difícil. As posições que tinham que dormir, amarrados; pessoas que morreram, que não resistiram. Toda hora a gente fica com nó na garganta, embora os depoentes não sejam coitadinhos, são muito fortes".
Maria Rita disse ainda que os relatos obtidos na audiência pública ajudam na qualidade e celeridade do trabalho da comissão. "É de grande proveito para mim, porque se tivesse que ir em cada aldeia para ouvir todos os casos não daria tempo".
A audiência pública em Dourados continua hoje (26), quando membros da CNV ouvirão mais três relatos de indígenas. Antes, porém, índios da aldeia Te’ýikue apresentarão uma orquestra de violões. O segundo, e último dia da audiência pública, começou às 7h30min, no horário local.
"Ele narrou coisas que existiam lá dentro, contou o processo de trabalho forçado, espancamento no tronco. Se não fizesse o trabalho todo, o índio ia para o tronco, onde algumas pessoas acabaram morrendo", disse Marcelo Zelic, colaborador eventual do CNV e membro do grupo Tortura Nunca Mais.
Bonifácio contou ainda que pessoas que tentavam fugir do Reformatório Krenak eram levadas para uma ilha chamada Ilha das Cobras. Nesse local, com animais selvagens e carnívoros, os índios eram abandonados à própria sorte, e nunca mais eram vistos. Ele disse que o levaram para Minas Gerais com o argumento de que lhe ensinariam um ofício e, chegando lá, foi preso no Reformatório Krenak.
Integrante da CNV, a psicanalista Maria Rita Kehl, ressaltou a riqueza de detalhes dos depoimentos, sobretudo do índio guarani. "O depoimento do Bonifácio foi muito difícil. As posições que tinham que dormir, amarrados; pessoas que morreram, que não resistiram. Toda hora a gente fica com nó na garganta, embora os depoentes não sejam coitadinhos, são muito fortes".
Maria Rita disse ainda que os relatos obtidos na audiência pública ajudam na qualidade e celeridade do trabalho da comissão. "É de grande proveito para mim, porque se tivesse que ir em cada aldeia para ouvir todos os casos não daria tempo".
A audiência pública em Dourados continua hoje (26), quando membros da CNV ouvirão mais três relatos de indígenas. Antes, porém, índios da aldeia Te’ýikue apresentarão uma orquestra de violões. O segundo, e último dia da audiência pública, começou às 7h30min, no horário local.
Agência Brasil
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