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domingo, 20 de setembro de 2009

AMOR

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,

é dor que desatina sem doer,

é um não querer mais que bem querer,
é solitário andar por entre a gente,
é nunca contentar-se de contente,
é cuidar que ganha em se perder;

é querer estar preso por vontade,
é servir a quem vence o vencedor,
é ter com quem nos mata lealdade,

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(LUIZ VAZ DE CAMÕES)

Um comentário:

  1. Ela: Sou o pequeno narciso de Saron,o lírio dos vales.
    Ele: Como o lírio entre os espinhos,assim minha bem-amada entre as donzelas.
    Ela:Como a macieira entre as árvores do pomar,
    assim meu bem-amado entre os mancebos.
    À sua sombra,como desejei,estou sentada,
    e seu fruto é doce à minha boca.
    Ele me introduziu no celeiro do vinho
    e o estandarte erguido sobre mim é o amor.
    (CÂNTICO DOS CÂNTICOS)

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