(ANSA) - O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, confirmou que o Papa Francisco está trabalhando em um documento sobre ecologia que pode se tornar uma encíclica no futuro.
A notícia de que o Pontífice estaria fazendo um texto sobre o meio ambiente veio a público pela primeira vez após a divulgação da sua primeira encíclica, a Lumen Fidei (Luz da Fé), criada a quatro mãos com o papa emérito Bento XVI.
Depois disso, em novembro, o político argentino Fernando Solanas, recebido por Francisco na residência de Santa Marta, deu indicações ainda mais explícitas sobre o assunto. "Tivemos um diálogo muito amplo e profundo sobre os danos ambientais que estão sendo produzidos no nosso país e no mundo.
O Papa me revelou que está trabalhando em uma grande encíclica sobre o ambiente", afirmou na época. No entanto, Lombardi fez questão de ressaltar que ainda se trata de um projeto em estágio inicial, e por isso é prematuro fazer previsões sobre a data de uma possível publicação.
"Em todo caso, é importante observar que o Pontífice pretende dar destaque para o tema da 'ecologia do homem'", acrescentou o porta-voz. (ANSA)
A humildade é uma virtude um tanto quanto oculta. Ninguém que a possui, julga que a tem. Mesmo pessoas que convivem diariamente com uma pessoa humilde podem deixar de perceber essa característica na pessoa agradável com quem constantemente se relaciona.
A humildade é talvez a mais mal compreendida das virtudes. Julga-se que humilde é uma pessoa bonita que se acha feia ou alguém sábio que pensa ser tolo. Se a humildade fosse algo desse tipo, seria uma grande miopia que impediria o indivíduo de enxergar a si mesmo; ou então uma mentira que a pessoa teria que se esforçar muito para acreditar. Em suma: se tal postura correspondesse à humildade, esta seria ou ignorância ou ilusão auto-infligida.
Um comportamento como o descrito acima passa longe de ser uma virtude. Passa longe mesmo de ser o que se percebe ao observar atentamente um humilde. Este não parece ser um iludido ou alienado. Muito pelo contrário. Tal fato faz acreditar que uma das melhores definições da humildade é aquela dada, por Teresa d’Ávila, grande mística espanhola: “a humildade é a verdade”.
Há ainda outra falsa percepção a respeito da humildade. Ilustro tal percepção com um comentário que, há tempos, um amigo fez em tom de brincadeira: “Para fulano é fácil ser humilde, quase não tem qualidades. Para mim é que é difícil.” Essas frases, embora ditas em tom jocoso, revelam o que muitos pensam sem verbalizar. A soberba seria, segundo esta linha de raciocínio, a simples clareza acerca das próprias potencialidades. Tal crença, no entanto, é falsa, afinal orgulho não é a percepçõe de boas características, mas uma atitude perante a vida. E uma atitude que muito apequena o mundo daqueles que a vivem.
Há um conto escrito por Chesterton que expõe de maneira fascinante o paradoxo entre a grandeza do orgulhoso e a pequenez do seu mundo. Por mais que a citação provavelmente fique maior que o restante do texto, tal história é tão interessante que vale a pena lê-la na íntegra:
Era uma vez dois meninos que viviam principalmente no jardim da frente, pois sua vila era de tipo projetado. O jardim da frente tinha aproximadamente o mesmo tamanho da mesa de jantar; consistia em quatro faixas de cascalho, um quadrado de grama com alguns misteriosos pedaços de cortiça no centro e um canteiro de flores com uma fileira de margaridas vermelhas.
Uma manhã em que brincavam nesse romântico local, um transeunte, provavelmente o leiteiro, debruçou-se sobre a cerca e entabulou uma conversa filosófica com eles. Os meninos, que chamaremos Pedro e Paulo, estavam, pelo menos, vivamente interessados no que dizia. Pois o leiteiro (que era, devo dizer, uma fada) cumpriu seus deveres de estado oferecendo-lhes como de praxe qualquer coisa que quisessem pedir. E Paulo aceitou a oferta com uma brusquidão pragmática, explicando que sempre quisera ser um gigante que pudesse caminhar entre os continentes e oceanos e visitar o Niágara ou o Himalaia em um passeio de fim de tarde.
O leiteiro, tendo retirado do bolso de seu colete uma varinha, agitou-a de maneira apressada e negligente, e num instante a vila modelo com seu jardim em frente era como uma pequena casa de bonecas diante dos colossais pés de Paulo. Ele saiu caminhando com sua cabeça acima das nuvens para visitar o Niágara e o Himalaia. Mas, quando chegou ao Himalaia, descobriu que era bastante pequeno e sem graça, como o pequeno monte de cortiça no jardim; e, quando chegou ao Niágara, viu que não era maior que a torneira aberta do banheiro. Ele caminhou ao redor do mundo por vários minutos tentando encontrar algo realmente grande e achando tudo pequeno, até que, de puro aborrecimento, deitou-se sobre cinco ou seis pradarias e adormeceu.
Infelizmente sua cabeça estava logo ao lado da cabana de um caipira intelectual que saiu naquele momento com um machado em uma mão e um livro de filosofia neocatólica na outra. O homem olhou para o livro novamente. E o livro dizia: “Pode-se afirmar que o mal do orgulho consiste em estar fora de proporção com o universo”. Então o caipira pôs de lado o livro, pegou seu machado e, trabalhando oito horas por dia por aproximadamente uma semana, cortou a cabeça do gigante, e esse foi o seu fim.
Essa é a dura, porém salutar história de Paulo. Mas Pedro, curiosamente, fez o pedido exatamente inverso: disse que sempre quisera ser um pigmeu de cerca de meia polegada; e é claro imediatamente se tornou um. Quando a transformação acabou ele se encontrou no meio de uma imensa planície coberta com uma alta floresta verde e acima da qual a intervalos estranhos se elevavam árvores, cada uma com uma copa semelhante ao sol em pinturas simbólicas, com gigantes raios prateados e um enorme centro de ouro. No meio dessa pradaria erguia-se uma montanha de forma tão romântica e impossível, que parecia algum incidente do fim do mundo. E ao longe no horizonte via-se o limite de outra floresta, mais alta e ainda mais misteriosa, de uma terrível cor carmim, como uma floresta eternamente em chamas. Pedro partiu em suas aventuras através daquela planície colorida e até agora não chegou ao fim.
Para Chesterton, o salário pelo orgulho é o tédio, afinal nada é interessante para quem não é interessado e ninguém se interessa por algo quando julga aquilo como pequeno e insignificante. Além disso, quem é tomado sempre perderá a cabeça. Reclamará e ficará nervoso por julgar que os outros ocupam o espaço que o orgulhoso pensa ser seu por direito. Não enxergará o mundo de forma objetiva, afinal sempre buscará ser a medida de todas as coisas.
O orgulhoso olha pouco ao redor e quando olha é de maneira competitiva e comparativa, para se certificar que não há nada acima ao lado, apenas abaixo. O mundo do orgulhoso, por maior que pareça, sempre será pequeno porque nunca ultrapassará a estatura da própria pessoa.
A humildade, por outro lado, é um abrir-se para o que está fora. Quem a possui interessa-se pelo mundo que o rodeia, julga a realidade grandiosa e quer conhece-la e experimentá-la.
O humilde sente-se pequeno não porque desconhece suas qualidades ou extrapola os seus defeitos. A pequenez do humilde vem dele compreender que vive em um todo que é maior que ele, de estar tão interessado nas maravilhas que o rodeiam que não perde tempo buscando saber se é melhor ou pior que os que estão à sua volta. Sua grandeza está em viver o melhor possível a aventura que se coloca à sua frente. E tal aventura será sempre grandiosa. Pouco importa se ela se passa no Himalaia, no Niágara ou em um simples quintal.
Obs: O conto de Chesterton citado nesse texto encontra-se no livro “Tremendas Trivialidades”, publicado pela editora Ecclesiae.
Alessandro Garcia
Doutorando em Sociologia - UFRJ / Fundador da Oficina de Valores
27/01/2014 10h56 - Atualizado em 27/01/2014 12h31
Ator que fazia anúncios de cigarro
morre
por doença ligada ao fumo
Eric Lawson era o cowboy das propagandas da Marlboro na década de 70. Ele morreu aos 72, vítima de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Do G1, em São Paulo
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Anúncio da Marlboro com a foto do ator Eric Lawson em ponto da cidade de Los Angeles, em 1997. Lawson morreu de doença que tem relação com fumo (Foto: Gilles Mingasson/Getty Images)
Morreu no último dia 10 de janeiro o ator Eric Lawson, um dos cowboys das propagandas da marca de cigarros Marlboro na década de 1970, vítima de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) -- enfermidade que tem forte relação com o fumo.
Lawson tinha 72 anos e fumava desde os 14, de acordo com o jornal britânico “The Telegraph”. Segundo sua mulher, Susan Lawson, que anunciou a morte neste domingo (26), mesmo após saber da enfermidade, o ator não conseguiu parar com o vício. “Ele sabia que os cigarros tinham um poder sobre ele. Ele sabia, mas não conseguia parar”, disse ela.
A DPOC é mais comum em adultos, principalmente a partir dos 40 anos. Ela causa falta de ar, fadiga muscular e insuficiência respiratória, e é apontada pelo Ministério da Saúde como uma das principais causas de mortalidade no Brasil.
Assim como outros problemas pulmonares, tem forte relação com o tabagismo. Outros fatores de risco são o excesso de poeira, de poluição e de exposição passiva à fumaça do cigarro.
Outros dois modelos da Marlboro morreram por problemas relacionados ao tabaco. Wayne McLaren, que interpretou o famoso cowboy na década de 70, morreu em 1992 após desenvolver câncer no pulmão, doença que matou também, em 1995, David McLean, que atuou nos anos 60.
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) divulgou nesta segunda-feira (27) o resultado final do vestibular 2014. O candidato precisa fazer a consulta no site da Vunesp (veja o link ao lado)para ter acesso ao seu desempenho. Nos dias 4 e 5 de fevereiro, todos os estudantes classificados deverão confirmar interesse pelas vagas.
A primeira lista de convocados será divulgada no dia 7 de fevereiro, somente com os nomes dos candidatos que tenham declarado interesse por uma vaga. As matrículas da primeira chamada serão realizadas nos dias 11 e 12 de fevereiro, na unidade onde é oferecido o curso escolhido pelo aluno. A segunda e a terceira chamada serão divulgadas nos dias 14 e 21 de fevereiro, respectivamente.
A Unesp oferece 7.259 vagas para ingresso no primeiro semestre de 2014. No total, há 171 opções de cursos em 23 cidades: Araçatuba (155 vagas), Araraquara (855), Assis (405), Bauru (1.045), Botucatu (600), Dracena (40), Franca (400), Guaratinguetá (310), Ilha Solteira (270), Itapeva (80), Jaboticabal (280), Marília (475), Ourinhos (90), Presidente Prudente (640), Registro (40), Rio Claro (490), Rosana (80), São João da Boa Vista (40), São José do Rio Preto (460), São José dos Campos (120), São Paulo (184), São Vicente (80) e Tupã (120).
No vestibular 2014 da Unesp, o sistema de reserva de vagas para escola pública garante um mínimo de 15% dos lugares de cada curso para estudantes que tenham feito todo o ensino médio em escola pública. Isso deve ampliar a proporção desses alunos nos cursos da Unesp, que no vestibular 2013 já era de cerca de 40% do total das vagas oferecidas.
27/01/2014 09h02 - Atualizado em 27/01/2014 09h23
MEC divulga segunda chamada do Sisu
2014; confira nomes
Matrículas devem ser feitas a partir desta sexta-feira (31). Quem não foi aprovado nas duas chamadas pode entrar na lista de espera.
O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta segunda-feira (27) o resultado da segunda chamada da primeira edição de 2014 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Veja o link ao lado.
Os aprovados deverão fazer a matrícula nesta sexta-feira (31) ou entre a próxima segunda (3) e terça-feira (4).
Os candidatos que não foram aprovados em nenhuma das duas chamadas do Sisu podem manifestar interesse em participar da lista de espera das universidades, usada para preencher as vagas que ainda estiverem abertas. A lista começa a ser criada nesta segunda-feira, e o prazo termina no dia 7 de fevereiro.
Segundo o MEC, o Sisu teve 2.559.987 inscritos, o que representa um aumento de 31,28% em relação à edição do primeiro semestre de 2013. Em todo o país, foram oferecidas 171.401 vagas em 4.723 cursos de graduação de 115 instituições. O ministério não informou quantas dessas vagas já foram preenchidas nem o total oferecido na segunda chamada da seleção.
Segunda chamada do Sisu 2014 está no ar (Foto: Reprodução)
Em um dos protestos mais violentos desde junho, a Polícia Militar baleou anteontem um manifestante, que foi internado em estado crítico. A tensão gerada pela onda de manifestações pelo Brasil, com atos de depredação e forte repressão por parte da polícia, fez a presidente Dilma Rousseff (PT) tomar, ontem, a decisão de se reunir com sua equipe para traçar estratégia para evitar que as ações cresçam e atinjam o ápice durante a Copa do Mundo.
O tema será tratado com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Celso Amorim (Defesa) e Aldo Rebelo (Esportes). De acordo com informação de auxiliares da presidente, ainda em Lisboa, onde desceu de surpresa e pernoitou antes de seguir para Havana, Dilma foi informada de que os protestos contra a Copa feitos no sábado foram violentos, com pessoas feridas, depredações e ondas de vandalismo. A presidente, então, convocou a reunião para a volta ao Brasil.
Cardozo está de férias. De acordo com sua assessoria, ele deve retornar ao trabalho amanhã. E já encontrará uma série de demandas envolvendo a segurança da Copa, maneiras de evitar que os tumultos se espalhem pelo país e formas de conter a ação violenta contra as manifestações por parte das polícias estaduais. O governo avalia que a radicalização das ruas, em junho, teve como origem a forte repressão feita pela Polícia Militar de São Paulo aos jovens que protestavam contra o aumento da passagem de ônibus.
Tiros No sábado (25/01), o manifestante Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça, de 22 anos, foi baleado no tórax e na região genital por policiais militares na Rua Sabará, em Higienópolis, região central de São Paulo. De acordo com a PM, por volta das 22h30, dois homens em atitude suspeita foram abordados na Rua da Consolação e um deles correu.
Segundo a versão dada pela PM, os policiais pediram para revistar a mochila de Fabrício, onde acharam um artefato explosivo. A corporação afirma que o rapaz, então, tentou fugir. Quando era perseguido, segundo a PM, sacou um estilete que estava no bolso da calça, voltando-se contra os policiais, e acabou baleado. Ele passou por operação na Santa Casa. O hospital diz que foi preciso remover um dos testículos da vítima por causa dos ferimentos.
Testemunhas afirmam que o rapaz não reagiu. "Eram três policiais descendo a rua correndo atrás do menino. Depois do terceiro tiro, o rapaz saiu cambaleando e um policial deu um empurrão nele em cima da árvore", disse um morador da região, que não quis se identificar.
A família do rapaz afirma que ainda tenta descobrir o que de fato aconteceu. "Ele estava na manifestação, se dispersou. Não sei o que aconteceu, ele ficou com medo e correu", disse o irmão da vítima, Gabriel Chaves. Segundo a polícia, ele seria um adepto da tática black bloc. O irmão de Fabrício diz que ele trabalha como estoquista e que, de fato, frequenta protestos com regularidade. Na página dele do Facebook, entre os perfis preferidos, está a Black Bloc SP.
Apuração O defensor público Carlos Weis, coordenador de direitos humanos da Defensoria Pública de São Paulo, acompanha o caso de perto. Outro defensor estava no local por acaso e conversou com pessoas que filmaram o rapaz baleado. "Segundo os relatos, havia três policiais contra uma pessoa com arma branca. É evidente que havia outros meios menos letais de resolver a situação."
Segundo os relatos, ele foi resgatado pela própria PM, contrariando resolução do governo do Estado, que veta a prática. O porteiro de um prédio chegou a pedir uma ambulância, que teria chegado minutos após os policias levarem o rapaz ao hospital. O caso está sendo investigado a pela Corregedoria da Polícia Militar e pela Polícia Civil. (Colaboraram Mônica Reolom, Ricardo Della Coletta).
Alckmin O governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu neste domingo a ação da Polícia Militar nas manifestações de anteontem contra a Copa do Mundo, em São Paulo. Para ele, os policiais agiram com firmeza para proteger a população e evitar que uma tragédia acontecesse. "Esta é a orientação dada à Polícia Militar, que agiu dentro da lei", afirmou. O governador criticou a ação dos black blocs.
"As pessoas que participaram de atos de vandalismo e depredação não podem ser consideradas manifestantes", disse, acrescentando que a população não aceita essa conduta.
De acordo com o governador, a PM agiu no sentido de proteger as pessoas que estavam concentradas na Praça da República para assistir aos shows em comemoração ao aniversário da cidade. "Havia crianças, idosos e famílias, que tinham de ser protegidas."
Alckmin não quis se pronunciar sobre o jovem baleado no confronto com os policiais. Ele argumentou que não tinha detalhes da ocorrência e que o Comando da Polícia Militar deveria se pronunciar a respeito do caso. O governador esteve em Santos para as comemorações dos 468 anos de aniversário da cidade.