11/11/2013
A arte roubada pelos nazistas
São 140 obras desviadas durante a II Guerra que agora voltam aos proprietários judeus
Obra roubada: Imagem com casas (1909), de Wassily Kandinsky. (Foto: ) |
Por Marco Lacerda*
Ganha um novo capítulo a a história da luta contra o assalto artístico cometido contra famílias judias de toda a Europa. A Associação Holandesa de Museus identificou 140 obras de arte roubadas pelas forças de ocupação de Hitler entre 1933 e 1945. Guardadas em quarenta salas, a ação demorou quatro anos de investigações.
Das peças recuperadas 61 pessoas pertencem a um único colecionador. Para localizar o acervo roubado os organizadores do projeto – a Associação e próprio governo holandês – criaram uma página na web (www.musealeverwervingen.nl) disponível para qualquer interessado, que leva o título Aquisições Museológicas.
Esse catálogo artístico-digital da vergonha mostra os 69 quadros, 24 desenhos, duas esculturas, 31 peças de artesanato e 13 peças religiosas confiscadas de seus proprietários, sob ameaça, durante a ocupação nazista da Holanda.
Acervo de obras-primas
Entre elas há obras de Matisse, Kandinsky, Lissitzky, Hans Memling, Jan van Goyen e dos membros de la Escola de Haya, Isaac Israëls e Hendrik Breitner. França, Alemanha e Estados Unidos também devolveram quadros em circunstâncias similares.
Para receber reclamações procedentes do exterior, o site ganhou uma versão em inglês.
“Reunir esse material e toda a informação sobre sua problemática procedência é uma forma de fazer justiça às vítimas da II Guerra Mundial. Por outro lado deixa claras a responsabilidade e a transparência com tratamos as coleções de arte públicas”, disse a ministra da Cultura da Holanda, Jet Bussemaker.
Durante a ocupação nazista da Holanda (1940-1945) famílias judias que possuíam obras de arte foram roubadas ou forçadas a vendê-las a baixo preço. Muitas se viram obrigadas a fazê-lo para custear sua fuga do país.
Muitas obras foram adquiridas em boa fé por museus holandeses, depois da guerra, de galerias e casas de leilões. A maioria das obras catalogadas se encontravam nos museus Rijksmuseum e Stedelijk, ambos de Amsterdã.
A Associação Holandesa de Museus espera que os possíveis donos reconheçam as obras através de fotos das casas de seus antepassados em que aparecem expostas ou através de cartas. Para reivindicar a devolução, devem entrar em contato com a Comissão de Restituição de Obras Roubadas durante da II Guerra Mundial.
Colecionador do alheio
Uma outra descoberta que escandalizou o mundo estava no apartamento de Cornelius Gurlitt, um velhote de Munique. Uma descoberta e uma surpresa para a aduana alemã: 1.500 obras pintadas pelos grandes do período entre-guerras do século 20. Telas de Picasso, Emil Nolde, Henri Matisse, Max Beckmann e Max Liebermann, entre outros, foram encontradas no apartamento.
Segundo o jornal Focus, o valor dessa pinacoteca privada ronda 1 bilhão de euros. São obras confiscadas ou roubadas pelos nazistas nos anos 30 e 40 do século passado. A propaganda do regime qualifica o acervo de arte degenerada, embora dela faça parte o que era então a vanguarda da época.
Diz ainda o jornal que os quadros foram transferidos para uma câmara do serviço de aduana da Bavária, enquanto a especialista Meike Hoffmann investiga sua procedência original. O pai de Hildebrand Gurlitt foi um marchand de arte que, depois da II Guerra Mundial, disse ter perdido grande quantidade de obras nos bombardeios de Dresden. Na verdade o filho do colecionador guardou-as em segredo por mais de 50 anos num apartamento no bairro de Schwabing.
Das peças recuperadas 61 pessoas pertencem a um único colecionador. Para localizar o acervo roubado os organizadores do projeto – a Associação e próprio governo holandês – criaram uma página na web (www.musealeverwervingen.nl) disponível para qualquer interessado, que leva o título Aquisições Museológicas.
Esse catálogo artístico-digital da vergonha mostra os 69 quadros, 24 desenhos, duas esculturas, 31 peças de artesanato e 13 peças religiosas confiscadas de seus proprietários, sob ameaça, durante a ocupação nazista da Holanda.
Acervo de obras-primas
Entre elas há obras de Matisse, Kandinsky, Lissitzky, Hans Memling, Jan van Goyen e dos membros de la Escola de Haya, Isaac Israëls e Hendrik Breitner. França, Alemanha e Estados Unidos também devolveram quadros em circunstâncias similares.
Para receber reclamações procedentes do exterior, o site ganhou uma versão em inglês.
“Reunir esse material e toda a informação sobre sua problemática procedência é uma forma de fazer justiça às vítimas da II Guerra Mundial. Por outro lado deixa claras a responsabilidade e a transparência com tratamos as coleções de arte públicas”, disse a ministra da Cultura da Holanda, Jet Bussemaker.
Durante a ocupação nazista da Holanda (1940-1945) famílias judias que possuíam obras de arte foram roubadas ou forçadas a vendê-las a baixo preço. Muitas se viram obrigadas a fazê-lo para custear sua fuga do país.
Muitas obras foram adquiridas em boa fé por museus holandeses, depois da guerra, de galerias e casas de leilões. A maioria das obras catalogadas se encontravam nos museus Rijksmuseum e Stedelijk, ambos de Amsterdã.
A Associação Holandesa de Museus espera que os possíveis donos reconheçam as obras através de fotos das casas de seus antepassados em que aparecem expostas ou através de cartas. Para reivindicar a devolução, devem entrar em contato com a Comissão de Restituição de Obras Roubadas durante da II Guerra Mundial.
Colecionador do alheio
Uma outra descoberta que escandalizou o mundo estava no apartamento de Cornelius Gurlitt, um velhote de Munique. Uma descoberta e uma surpresa para a aduana alemã: 1.500 obras pintadas pelos grandes do período entre-guerras do século 20. Telas de Picasso, Emil Nolde, Henri Matisse, Max Beckmann e Max Liebermann, entre outros, foram encontradas no apartamento.
Segundo o jornal Focus, o valor dessa pinacoteca privada ronda 1 bilhão de euros. São obras confiscadas ou roubadas pelos nazistas nos anos 30 e 40 do século passado. A propaganda do regime qualifica o acervo de arte degenerada, embora dela faça parte o que era então a vanguarda da época.
Diz ainda o jornal que os quadros foram transferidos para uma câmara do serviço de aduana da Bavária, enquanto a especialista Meike Hoffmann investiga sua procedência original. O pai de Hildebrand Gurlitt foi um marchand de arte que, depois da II Guerra Mundial, disse ter perdido grande quantidade de obras nos bombardeios de Dresden. Na verdade o filho do colecionador guardou-as em segredo por mais de 50 anos num apartamento no bairro de Schwabing.
*Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do domtotal
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