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domingo, 3 de novembro de 2013

População portuguesa continua a diminuir

Texto Eduardo Santos | Opinião | Foto Ana Paula | 03/11/2013 | 08:19
A população residente em Portugal continua em queda pelo terceiro ano consecutivo, segundo mostram as Estatísticas Demográficas de 2012 publicadas na passada terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística
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Com os nascimentos em declínio e o aumento dos óbitos, verifica-se um crescimento natural negativo, havendo mais 17.771 mortes que nascimentos, pois o total da população portuguesa, de acordo com os dados do INE (Instituto Nacional de Estatística), era de 10,487289 habitantes residentes em 2012.
Contas feitas, manteve-se a tendência do envelhecimento demográfico, resultando da redução da população jovem – e em idade ativa – e do aumento de pessoas idosas, ou seja, o índice de envelhecimento é agora de 131 idosos por 100 jovens.
Um dos fatores que contribui para a redução da população, está também no crescimento dos fluxos emigratórios. Em 2012, o número de emigrantes permanentes (51.958) ultrapassou novamente o dos imigrantes permanentes (14.606), resultando num saldo negativo.

A explosão demográfica, a nível mundial, será porventura um dos maiores problemas que a humanidade poderá vir a enfrentar nos próximos 50 anos, mas a verdade é que a Europa não deverá sentir o problema de forma tão acentuada como outros continentes.
Devido à sua cultura de bem estar, que lentamente foi criando após a segunda guerra mundial, e também graças ao entendimento político e económico entre os componentes do continente, outros valores sociais ligados à família foram também esquecidos.
Convém não esquecer o avanço, em diversos países, de legislação que permitiu os casamentos entre o mesmo género e sobretudo o aborto.

Portugal foi um dos países que mais rapidamente avançou com estas leis, graças aos aguerridos movimentos políticos de esquerda e extrema-esquerda, o que conjugado com a falta de uma política clara do Governo de proteção à família, permitiu chegar onde nos encontramos: no patamar perigoso da ausência de renovação das gerações.
A manter-se estas condições, agora agravadas com a crise económica que poderá levar muitos anos a permitir um nível de vida propício à natalidade, este país caminha a passos largos para ser um país tipo “asilo de velhos” da Europa. A tendência atual, sem nascimentos e com a emigração acelerada de jovens e menos jovens, devido ao desemprego, é um atentado à sociedade democrática.

E aqui entra, ou devia entrar, a palavra solidariedade que o Papa Francisco tanto deseja ver expressa em ações pela nossa sociedade na sua globalidade. A solidariedade já não pode ser apenas praticada entre as pessoas. É demasiado redutor. Já é necessário que os governantes tenham a consciência de que terão de ser os primeiros a exercê-la no concreto e com verdade, na direção do país.
A sociedade em que estamos inseridos é uma sociedade de classes onde a maior parte é carenciada (Portugal é um dos países onde o fosso entre ricos e pobres é maior) e os responsáveis terão que estar atentos a isso.

A política é hoje o centro decisório de um país – a luta entre os partidos políticos para atingirem o poder é sinónimo acabado disso – e nunca foi tão necessário como agora as pessoas conhecerem e tentar compreender os meandros do exercício do poder para proceder em conformidade. Mas aos políticos dever exigir-se que sejam responsáveis e sobretudo sérios. É usual nas campanhas eleitorais fazerem mil e uma promessas que mais tarde, após conquistarem o eleitorado, não são cumpridas. É enganar as pessoas.
Não é por acaso que nas missas dominicais - mais concretamente na “oração dos fiéis” - os cristãos oram pelos governantes. Há razão para tal, pois governar não é fácil e se esse exercício do poder não for acompanhado por seriedade e verdade, todos ficamos a perder.

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